Uma coisa é certa...
Por mais estratégias e ferramentas que, orgulhosamente, vos facultemos... os resultados estão única e exclusivamente dependentes do vosso compromisso com o processo...
Por Ana Margarida Ramalho, Nutricionista da Equipa Saúde Pública de Beja, e Consultora FITsalvador:
Por mais estratégias e ferramentas que, orgulhosamente, vos facultemos... os resultados estão única e exclusivamente dependentes do vosso compromisso com o processo...
A nossa Nutricionista de serviço sugere que arregassem as mangas...
Por Ana Margarida Ramalho, Nutricionista da Equipa Saúde Pública de Beja, e Consultora FITsalvador:
"Depois de quase 2 anos a fazer uma
sensibilização, penso que estamos preparados para passar à prática. Para uma
mudança de estilos de vida defende-se que cada um seja responsável não só pela
mudança como pela sua monitorização. Para isso necessitamos de ferramentas…
podem ser as balanças (indicadores de peso), fitas métricas (perímetros
abdominais), balanças de bioimpedância (valores de composição corporal). Este
último indicador de medição está programado para nos dar valores que, antigamente,
se calculavam “à mão”… Antigamente e actualmente, em determinadas situações que
não seja possível a utilização de bioimpedância. São estes cálculos manuais que
vos trago este mês.
Para iniciar os cálculos relativamente
às nossas necessidades, há que calcular o Metabolismo Basal (MB), ou
seja, a energia (em Kcal) que o nosso organismo utiliza
diariamente para manutenção das funções fisiológicas em repouso
(sistemas respiratório, cardíaco, digestivo, muscular, etc.). Como podem
constactar com estas necessidades metabólicas, as Kcal não servem só para
engordar! =)
O Metabolismo Basal está directamente relacionado com
a massa magra. No entanto, depende de factores como o peso, idade, altura,
sexo, temperatura ambiente, (a nossa moleza pela qual somos
famosos no verão não é por acaso... o metabolismo basal torna-se mais lento em
temperaturas altas, logo mais difícil perder/ manter peso!), tipo de alimentação, prática de actividade física,
etc. Estes dois últimos da nossa responsabilidade.
O metabolismo basal é responsável por cerca de 60%
a 75% do consumo diário de colorias do nosso organismo. Então se
a nossa alimentação for correcta, dentro das proporções nutricionais correctas
e a prática de actividade física existir, o nosso metabolismo basal tem grande
responsabilidade na perda de peso e, posteriormente, na sua manutenção. Com
isto podemos dizer que, quando iniciamos um processo de perda de peso, o 1º
objectivo é por o metabolismo a funcionar correctamente.
A massa muscular é a principal responsável pelo
metabolismo basal. Logo, quanto maior for a massa muscular, maior será o índice
do metabolismo basal.
Li, mas não posso comprovar porque não encontrei, que
“existem estudos que revelam que o metabolismo basal pode aumentar em cerca de
6% após doze semanas de treino com pesos. Por outro lado, indivíduos que
realizem apenas exercícios aeróbicos podem sofrer decréscimo de cerca de 2% no
seu metabolismo basal”.
1- Então como calculamos este
metabolismo basal? Através da equação
de Harris & Benedict:
Homem:
MB (kcal) = 88,362 + 13,397 * Peso (kg)
+ 4,799 * Altura (cm) - 5,677 * Idade (anos)
Mulher:
MB (kcal) = 447,593 + 9,247 * Peso (kg)
+ 3,098 * Altura (cm) - 4,330 * Idade (anos)
Fonte: The
Harris Benedict equation reevaluated: resting energy requirements and the body
cell mass, Allan M Roza, MD and Harry M Shizgal, MD, FRCS(C), FACS -
Special Article
A bibliografia mostra-nos outras
fórmulas para o cálculo do metabolismo basal, mas todas nos levam mais ou menos
ao mesmo resultado final.
2-
Como atletas que somos há que juntar o
valor relativo à actividade física. Dependendo da intensidade da actividade
física, assim será o valor adicionado. A escala é a seguinte:
Sedentário:
1,2 (pouco ou nenhum exercício)
Actividade
ligeira: 1,375 (exercício leve, 1 a 3 vezes por semana)
Actividade
moderada: 1,65 (exercício moderado, 3 a 5 dias por semana)
Actividade
vigorosa: 1,725 (exercício vigoroso, 5 a 6 dias por semana)
Activo:
1,9 (atletas de alta competição)
Assim, para obter o resultado com
actividade física basta realizar a seguinte operação:
|
3-
De seguida um factor muito importante e
até interessante. Quanto maior o
número de refeições (refeições fraccionadas), maior será o gasto de energia para absorver e digerir os
alimentos das várias refeições. Assim, poderemos adicionar 10% do MB para
considerar esse gasto extra de energia.
Um
exemplo: mulher de 30 anos, 1,65m e 75 kg.
Actividade física moderada e faz refeições fraccionadas.
MB (kcal) = 447,593 + (9,247 * 75) + (3,098
* 165) – (4,330 * 30) = 1522,388 Kcal
(1,55 + 0,10)* 1522,388 = 2511,9 Kcal
Se não fizermos as refeições
fraccionadas teremos necessidades de 2359,7
Kcal
As diferenças podem não ser
significativas, mas se calhar vale a pena realizar várias refeições ao dia de
modo a melhorarmos o nosso metabolismo. Nem que seja para que, quando se façam
asneiras, o organismo consiga “dar conta” delas mais facilmente.
A partir daqui poderemos, de certa
forma, controlar o que comemos todos os dias e ter a noção das calorias
ingeridas e gastas (para quem faz monitorização).
Para calcularmos as quantidades de cada nutriente
(proteína, hidratos de carbono e gorduras) há que fazer mais umas contas. Para
isso é importante saber que:
-
1 g de proteína = 4 Kcal
-
1g de hidratos de carbono = 4 Kcal
-
1g de gordura = 9 Kcal
mas também necessitamos de saber as
proporções de cada um no nosso plano alimentar:
-
12 a 15% de proteína
-
55 a 60% de hidratos de carbono
-
25 a 30% de gordura
Agora resta-nos converter estes dados a
gramas (g). Através duma regra de três simples e temos a quantidade em “g” do
que devemos consumir por dia de cada nutriente.
Exemplo: pegando no Valor calórico
total (VCT) temos:
2511,9Kcal
* 0,15 =376,8 Kcal de proteína
2511,9Kcal
* 0,60 = 1507,1 Kcal de hidratos de carbono
2511,9Kcal
* 0,25 = 627,9 Kcal de gordura
E agora passar a gramas:
376,8
Kcal ÷ 4 = 94,2 g de proteína
1507,1
Kcal ÷ 4 = 376,7 g de hidrato de carbono
627,9
Kcal ÷ 9 = 69,8 g de gordura
E eis o que terá de consumir, por dia,
uma pessoa que tenha uma actividade física moderada. A partir daqui é saber
distribuir da melhor forma os alimentos. Para isso também teremos de saber o
seu valor nutricional. Como? Através da Tabela
nutricional dos alimentos que se encontra online
no seguinte endereço eletrónico:
Dicas
importantes:
- Nunca esquecer que os hidratos de carbono a promover
serão os complexos ou de absorção
lenta (pão de mistura, integral e qualquer outro que se assemelhe a
esta composição nutricional);
- Os açúcares simples podem “entrar” na alimentação num valor de
10% do VCT;
- A proteína não provem só da carne nem do peixe… as leguminosas também são uma
excelente fonte proteica. Dizem as recomendações que, pelo menos, uma vez por
semana a proteína deve ser fornecida a partir destes alimentos;
- Os hortícolas deverão ser consumidos em quantidades de 400g/dia, ou seja 1 chávena almoçadeira por refeição, almoço e jantar;
- O sal de adição deve ser consumido, no máximo, até 6g/dia.
- O teor de fibra deve atingir 14g/1000 Kcal/dia
- O álcool poderá ser consumido nas seguintes proporções:
-
Homem: até 24g/dia
-
Mulher: 16g/ dia
- A água deve ser consumida não só através dos alimentos, mas na
sua ingestão directa.
- O aporte de vitaminas e minerais é garantido desde que:
-
Respeitado o fornecimento justo e proporcionado de energia e de nutrientes
energéticos;
-
Haja uma variedade no consumo de alimentos como os hortícolas e as frutas;
-
Haja uma preparação cuidadosa dos alimentos.
Penso que já vos deixo mais uma
componente prática da nutrição para além das recomendações usuais que todos
sabemos que devemos fazer. Tentem fazer estes cálculos e a partir daqui
controlar a ingestão de alimentos. No entanto, não se tornem obcecados =) por esta
matéria. O que quis foi dar-vos mais uma ferramenta para futuras avaliações.
Alguma dúvida não exitem em perguntar
seja através de email seja
pessoalmente.
Podem acompanhar a Ana na rubrica intitulada "Vida Saudável" que passa na Rádio Pax todas as quartas-feiras pelas 10h15, ou contactá-la directamente através do e-mail nutrition@FITsalvador.com
Obrigado Ana=)
ResponderEliminarHá uma frase que me fascinou, ainda para mais quando é alguém de outra especialidade a fazê-lo:
“existem estudos que revelam que o metabolismo basal pode aumentar em cerca de 6% após doze semanas de treino com pesos. Por outro lado, indivíduos que realizem apenas exercícios aeróbicos podem sofrer decréscimo de cerca de 2% no seu metabolismo basal”
calçadão... NÃO!!!
Também achei muito interessante!! Achei que era a tua cara! eheheheh
ResponderEliminarana
Também achei muito interessante!! Achei que era a tua cara! eheheheh
ResponderEliminarana