
quarta-feira, 23 de janeiro de 2013
LIVE BATTLE: TRAINEE vs TRAINEE
Etiquetas:
Dinâmica,
Live Workout
Local:
7800 Beja, Portugal
terça-feira, 15 de janeiro de 2013
Nutrição: Obesidade Infantil
Em abril tive oportunidade de expor os resultados dos estudo que levamos a cabo com as nossas 250 crianças (pré-escolar e ATL): Agentes Educativos vs Obesidade Infantil
Destas, mais de 1/4 das crianças até aos 5 anos e mais de 1/3 até aos 9 apresentava excesso de peso, e acumulação excessiva de gordura ultrapassava 40% das crianças mais velhas.
A partilha, numa vertente mais clínica, da nossa Nutricionista de "serviço" é terrivelmente assustadora!
Poderá até escandalizar-nos enquanto agentes educativos... eu próprio já tentei (e tento) comprar o meu egocentricozinho de apenas 2 anos com porcarias... ainda que o desgraçado pareça um pau de virar tripas de tão magrinho que é! O barrete serve a quem o enfia.
Por Ana Margarida Ramalho, Nutricionista Equipa de Saúde Pública de Beja:
"Um excelente ano de 2013 para todos!! Que seja um ano
que nos preencha dos desejos/ambições e tudo o que se pode desejar a alguém
nesta altura do ano =)
Inicio o do ano a escrever-vos enquanto mães/
pais, tias (os), irmãs (ãos) e outros tantos parentescos e até mesmo amigos de
crianças. Falo-vos neste artigo da obesidade
infantil que tanto nos preocupa enquanto técnicos. Ouvimos muitas vezes
nos meios de comunicação social que Portugal é o 2º país da Europa com
maior prevalência de obesidade infantil. Vemos, com os nossos próprios olhos, que as crianças estão
cada vez mais com excesso de peso (nova nomenclatura para chamarmos a
obesidade). E pergunto eu: o que temos feito para contornar este flagelo que
acontece em tão tenra idade?
Para terem uma noção de números, apresento-vos os
últimos dados da prevalência da obesidade infantil num estudo que se repete a
cada 2 anos, desde 2008. É o COSI - European
Childhood Obesity Surveillance Initiative, promovido pela OMS – Organização
Mundial de Saúde, no qual Portugal também participa como membro da Comunidade
Europeia. A obesidade infantil é um problema de saúde pública em todo o mundo.
Tem aumentado muito, com 400,000 novos casos por ano, juntando aos 45 milhões
de crianças com excesso de peso já existentes. Este estudo incide em crianças
entre os 6 e os 8 anos. Normalmente nestes estudos os resultados são analisados
consoante 3 tipos de tabelas: OMS (Organização Mundial de Saúde), CDC
(Center for Disease Control and Prevention) e IOTF
(The International Obesity
TaskForce). Assim, em 2008, os resultados
deste estudo de acordo com estas tabelas foram:
- IOTF: 28,1%
- CDC: 32,2%
- OMS: 37,9%
Os primeiros resultados, em 2008, mostraram-nos uma
prevalência que ronda os 30% (este rondar os 30% já existe há algum tempo – em
2006, com outros estudos, rondava os 30%, mas eram efectivamente 27%, agora
ronda os 30%, mas são efectivamente 32,2%) que todos já ouvimos falar. Mas se
repararem no resultado obtido pelos percentis nas tabelas da OMS, temos 37,9%.
Com isto quero-vos mostrar que no próximo ano a obesidade infantil vai
aumentar, e muito!! Se ouvirem falar que a obesidade infantil ronda os 40%, não
se admirem… já rondava!! Recentemente foram comunicados novos dados que mais
de metade das crianças com menos de 5 anos tem excesso de peso…
O que quero dizer com isto é que as novas curvas
estão mais aproximadas à nossa realidade populacional e as alterações
foram:
![]() |
Fonte: jornal Público |
- Começa-se a calcular o IMC à nascença;
vamos acabar com o mito de que as crianças estão bem se o seu crescimento
acompanhar a sua curva… qual curva?? Se uma criança nasce com P> 90 e assim
se mantém até à idade adulta, é obesa desde que nasceu!! Esta mentalidade ainda
existe (falo dos técnicos)!!
- As curvas vão ser mais apertadas! As
crianças vão estar obesas com um IMC mais baixo…
Este assunto “obesidade infantil” é para mim muito
delicado e até vos digo tabu! Tabu, no sentido de não tolerar muitas das vezes
e não me calar com o que vejo e oiço! Tira-me do sério!! =) No que toca a crianças obesas, ao
falar com os pais, sou tudo, menos politicamente correcta… muitas das verdades
não são bem aceites pelos pais, eu sei, principalmente aos pais de filhos muito
obesos e já com patologias associadas… ao falar assim para os pais, apenas quero
que vejam a dimensão deste problema grave, aliás bastante grave!!
É um grave problema de saúde publica que a todos diz
respeito!! Sendo a saúde o
maior bem que se pode ter e não havendo dinheiro que a possa comprar, o que
fazem os pais para a maximizar? Sabemos que somos aquilo que comemos e que de
uma alimentação errada podem surgir
inúmeros problemas de saúde, muitos deles crónicos, que diminuirão a esperança e a qualidade de vida das
nossas crianças.
Acredito que esta geração de pais já
saberá que a negligência na alimentação das crianças pode originar doenças como
obesidade, diabetes tipo 2 (antigamente exclusiva dos adultos), aumento
de risco de doença cardíaca, HTA, fígado gordo, problemas
ortopédicos para além dos efeitos psicológicos e sociais que acarreta: baixa
autoestima, fraca imagem corporal, dificuldade em se relacionar
com outras crianças.
Porque se recompensa, para
conseguir que a criança faça ou coma algo, com comida (má)? Porque se faz outro prato quando essa mesma
criança “diz que não gosta” (mas até gosta porque come na escola – só
não tem outro remédio se não comer)? Porque
se diz “coitadinho, então não pode beber sumos o que é que bebe?” Porque
se diz “já viu, os outros vão ao bar
da escola e ele come o que leva de casa?!” ou “os outros almoçam no café ou no restaurante e ele vai almoçar
sozinho?”
Isto são perguntas/expressões que oiço todos os
dias!! E não sei se são da mesma opinião, mas realmente todas estas expressões
revelam crianças “coitadinhas” (palavra que abomino)!! Não as classifico de
coitadinhas, mas sim de sofredoras!! Na escola, quando são as ultimas a ser escolhidas na aula de
educação física, ou quando há uma alcunha
associada, ou quando há a pesagem
nas aulas de educação física para os testes vai-e-vem, e o professor
diz o peso em alto – os adolescentes
faltam a estas aulas!, ou quando a senhora
do refeitório diz que a criança não pode repetir porque “estás gorda(o)”,
ou em casa, já que nunca ninguém tem culpa a não ser o próprio!! Não sei
se é o que acontece em vossas casas, mas as crianças comem bolachas porque as compram, comem fritos porque os fazem, não comem a sopa e saladas porque não as fazem, não bebem água porque compram sumos!!!
Enfim, um rol de situações que acontecem em casa de cada um em que a culpa é de
quem tem peso a mais e nunca de quem manda lá em casa (leia-se, administra a
gestão caseira)!!
Quando há a consulta ouve-se “eu avisei-te”, “eu escondo as coisas, mas ele come na
mesma”, “tenho que ter estas
coisas lá em casa porque o mais pequeno não tem culpa deste não poder comer”,
“tens que ter força de vontade”,
“tu é que tens peso a mais”,
etc., etc, etc… um sem fim de expressões que me fazem dizer o que quero e o que
não com bons ou menos bons modos conforme o dia esteja a correr! =) Agora coloquem-se no lugar duma
criança com excesso de peso (em desenvolvimento a todos os níveis) com vontade
de mudar e as pessoas que ela mais admira, são o seu maior obstáculo para
atingir um estado de saúde e bem-estar!!! Não é fácil seja em que idade for,
mas desta forma nunca vai conseguir e a situação tende a piorar e depois vemos
as obesidades que vemos…
Não
tenhamos dúvidas de que se as crianças não receberem uma alimentação adequada,
a sua saúde correrá sérios riscos. E, por muito que se queiram arranjar bodes expiatórios para a
alarmante obesidade infantil, são os educadores, sobretudo os PAIS, que permitem que as
crianças comam o que querem porque, hoje, em dia, dizer NÃO a uma criança parece ser sinónimo de ser mau pai ou
mãe... e agora escrevo-vos só o que uma criança disse a uma mãe que ao fim de 2
anos apareceu à consulta com a criança, e após um quase 100% confirmado
diagnóstico de diabetes: enquanto eu dizia à mãe que era necessário não comprar
asneiras e dizer que não algumas vezes, a miúda olha para a mãe e diz-lhe
“sabes mãe, as pessoas que mais nos dizem não, são aquelas que mais gostam de
nós”. Isto desarma qualquer um!!!
Não imaginam
a quantidade de crianças que ultimamente me têm aparecido com estes
diagnósticos: HTA, diabetes, colesterol, fígado gordo!!! Mais do que em quase
todos os anos que aqui trabalho… bem, mas chega de desabafos e de mostrar o mau
feitio e vamos falar de soluções…
Vejamos quais são os principais factores
relacionados com a alimentação que podem despoletar uma obesidade:
- Aleitamento por biberão com leite
artificial nos primeiros meses de vida e introdução de novos alimentos
para além do leite materno ou do leite de substituição antes dos 4 meses
de vida.
- Não reconhecimento ou desrespeito aos sinais que
a criança está satisfeita. Quantas vezes as mães oferecem 2 iogurtes ao
lanche, sendo que o 2ª não é um iogurte =) (o tal mais pequeno para a criança crescer =))
- Baixo consumo de frutas e
vegetais;
- Comem diariamente em casa (e na escola) bolos em vez de pão, refrigerantes
em vez de água, não tomam leite nem iogurtes porque gostam mais de colas
ou ice tea, ingerem quilos de bolachas cheias de açúcar e gorduras
nocivas. Gostam de leite com chocolate, bebam o da escola… é
saudável, adequado às crianças e com doses de açúcar e cacau aceitáveis.
- Consumo excessivo de calorias com
um consumo regular de alimentos fora de casa.
- Falta do pequeno-almoço.
Como queremos que o nosso filho faça essa refeição, se nós também não a
fazemos?
- Pressões para comer toda a
refeição servida ou determinados alimentos. A pressão que se faz para que as
crianças comam e proibi-las saírem da mesa enquanto não comer é promover a
aversão a determinados tipos de alimentos. Solução?
Quando tiver fome, come o que não comeu… era o que a minha mãe me fazia!! E
criei-me! =) =) Custa, mas é para o seu próprio
bem.
Por onde devemos começar?
Primeiro que tudo há que tomar consciência de que os pais são os
principais responsáveis pela saúde dos filhos, quando se trata de doenças evitáveis. Costumo comentar
com os pais que se quando os meninos são pequenos, tapam as tomadas para não apanharem
choques, guardam os objectos cortantes para o menino não se cortar, com os mais
velhos não podem participar na preparação dos alimentos porque é com facas,
vacinam os meninos porque alguém lhes disse para o fazer, então porque compram
alimentos nutricionalmente maus, ricos em gordura e açúcar e lhos
disponibilizam??? Porque os recompensam com a alimentação em vez de ser com
atenção?! Com isto, de quem é a culpa? Volto a repetir, as crianças não fazem
compras, só comem o que têm nos armários ou frigorífico... Por isso, cabe aos
pais a escolha dos mesmos! Sei que pode não ser fácil resistir à publicidade a
alimentos, da bolacha A, B ou C ou dos cereais A ou B que fazem isto ou
aquilo!! NÃO GASTEM DINHEIRO EM
ALIMENTOS QUE NÃO ESTÃO NA NOVA RODA DOS ALIMENTOS!! (falo para consumo
diário, obviamente)
Como recado final…
Nunca se esqueçam que são o exemplo! Quando os pais
forem, pelas boas práticas, uns bons exemplos, podem esperar que os filhos
comam correctamente. Se o pai ou a mãe comem sopa/peixe/saladas, então a
criança também come! Agora, não corram o risco de lhe perguntar se quer… obvio
que não!!
Ainda não estamos formatados para a prevenção, mas
este recado é para quem tem filhos, independentemente do seu peso! Nunca
sabemos o dia de amanhã e esta é uma forma de não nos arrependermos mais tarde,
enquanto educadores, de não termos investido na educação alimentar dos mais
novos. A obesidade deixa sempre marcas e
todos aqueles que tenham oportunidade devem ajudar a combater este mal.
Espero
que tenha passado o meu ponto de vista! =) Desculpem-me o tom das palavras,
mas chegámos a um ponto que não dá para falar de mansinho! Este problema tomou
dimensões que já não dependem apenas de nós educadores (pais, professores,
técnicos), mas sim responsabilidades governamentais, principalmente no que
respeita à política das publicidades. Quanto a isto cabe-nos a nós, enquanto
cidadãos, não correr atrás destes enganos, procurar informação fidedigna e/ou
perguntar a quem sabe! Há dúvidas, então não comentamos com a vizinha ou a
amiga porque elas têm a mesma informação errada do que nós! Isto seja em que
área da nutrição for."
Podem acompanhar a Ana na rubrica intitulada "Vida Saudável" que passa na Rádio Pax todas as quartas-feiras pelas 10h15.
Local:
Beja, Portugal
sexta-feira, 11 de janeiro de 2013
Laboratório FITsalvador: Treino vs Massa Gorda vs Dieta [+1 caso sucesso]
Queremos mostrar mais um exemplo da eficácia da metodologia FITsalvador na luta contra o excesso de peso...
Antes, é necessário clarificar alguns termos...
Reduzir o peso nem sempre significa emagrecer! (se apenas se perdeu massa magra)
Aumentar peso nem sempre significa engordar! (se apenas se aumentou massa magra)
É frequente, mesmo com os nossos atletas, usar a expressão "se querem perder peso, fechem a boca"... efectivamente o peso que nos dá a balança (em kg) está directamente relacionado com a quantidade de alimentos que ingerimos.
Se não comerem, certamente não acumulam...
Mas...
Quando optam por essa opção isoladamente (sem exercício) o resultado será certamente uma redução na balança (em kg) mas à custa essencialmente de massa magra, e não de gordura!
Porquê?
Assim à pressa encontro duas razões fundamentais:
- A gordura é a fonte de energia mais rentável para o nosso organismo, e assim que é accionado o "mecanismo anti-fome", o nosso organismo desfaz-se daquilo que lhe é muito dispendioso sustentar... o músculo...o que me leva à 2ª razão...
- O exercício é fundamental, não directamente na redução do peso (em kg), mas na manutenção da massa magra (músculo), e se não existirem estímulos suficientemente fortes para que organismo perceba que o músculo afinal faz falta... ele defender-se-á da privação de alimentos reduzindo a matriz proteica dos músculos (pensem no que sucede a um braço depois de estar engessado...)
Consequências...
A longo prazo é de longe a pior opção, e o voltar a recuperar o peso perdido vai trazer consequências piores do que no ponto de partida... a massa magra é o garante da manutenção do peso perdido a longo prazo!
Tudo isto fica evidente neste exemplo em que a nossa recente atleta (1mês de treino) estava já à 2 anos sendo seguida pela sua nutricionista e cumprindo escrupulosamente a prescrição, mas sem praticar exercício (apesar dos apelos da nutricionista).
Claramente, ao longo dos meses, observa-se uma redução do peso mas se repararmos na percentagem do peso a que corresponde a gordura rondou sempre os mesmo valores, sem nunca baixar a "zona de risco".
O que significa, ao longo destes meses, que a redução do peso foi essencialmente à custa de massa isenta de gordura...
Após alguma insistência por parte da nutricionista, a atleta decide tentar a sua sorte... e eis que acontece isto (ponto amarelo marca a data de início dos treinos):
Monitorização de uma atleta FITsalvador antes e após o início dos treinos:
- Instrumentação: Tanita TBF - 410 (Nutricionista) | Aplicação PT Consultancy [clique para descarregar]
- Sujeito Feminino, 24 anos, 1,60m
Em 30 meses de dieta, dos 13kg que perdeu apenas 6kg corresponderam a gordura...
E em apenas um mês de treino derreteu 4kg de gordura!
Ou noutra perspectiva, em 30 meses reduziu apenas 7g de gordura por dia, e em apenas 1 mês de dieta+exercício incinerou mais de 130g de gordura a cada 24horas!!!!!
SÃO QUASE 20X MAIS!!!!
Ou noutra perspectiva, em 30 meses reduziu apenas 7g de gordura por dia, e em apenas 1 mês de dieta+exercício incinerou mais de 130g de gordura a cada 24horas!!!!!
SÃO QUASE 20X MAIS!!!!
O exercício é fundamental, em conjunto com a dieta, em todo este processo!
Agora, não é qualquer exercício...
Caminhadas, corridas, e outros exemplos de CARDIO "lentilongo" certamente não são estímulos suficientemente competentes para preservar, ou aumentar, a massa magra!
Um estudo de caso vale o que vale, e como não queremos ser demagogos, vejam este estudo de 1997... sim, não é novidade nenhuma...
Neste caso dividiram a amostra (25 homens e 40 mulheres obesos, 19-48 anos) em 3 grupos em que um realizava treino de força+dieta, outro cardio+dieta, e um terceiro apenas dieta...
O grupo que dedicou o seu treino à força foi o que reduziu menos massa isenta de gordura, contribuindo assim, apesar da dieta, para a manutenção do um metabolismo elevado e da capacidade funcional.
Já faz sentido tanta aversão ao CARDIO?
Para além de chato, não serve!
Am J Clin Nutr. 1997 Sep;66(3):557-63.
Geliebter A, Maher MM, Gerace L, Gutin B, Heymsfield SB, Hashim SA.
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